ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
A EXATA CONCEITUAÇÃO DE ESCOLA DOMINICAL
A Escola Dominical é a escola de ensino bíblico da igreja, que evangeliza enquanto ensina, conjugando assim os dois lados da comissão de Jesus á igreja, conforme Mateus 28.20 e Marcos 16.15. Ela não é uma parte da Igreja; (1) é a própria igreja ministrando ensino bíblico metódico. A Escola Dominical(2) é um ministério pessoal pra alcançar crianças, jovens, adultos a família , a comunidade inteira, tal como fazia a igreja dos dias dos apostolos
MÉTODOS E ACESSÓRIOS DE ENSINO
Métodos de ensino são modos de conduzir ou ministrar a aula e o ensino que se tem em mira. Método é um caminho na ministração do ensino pelo professor, para este atingir um determinado alvo na aprendizagem do aluno. Portanto, o método não é um fim em si mesmo. O professor deve conhecer a fundo não só aquilo que vai ensinar, mas também como ensiná-lo. É aqui que os métodos e os acessórios de ensino são de grande utilidade.
Finalidade dos métodos de ensino
É adaptar a lição ao aluno. Nunca o contrário. Os métodos de ensino atuam nos sentidos físicos do aluno.
O uso dos métodos de ensino
Uma aula apresenta normalmente uma combinação de dois ou mais métodos. Nunca um só. Jesus ensinou usando métodos. Seguiremos seus passos no estudo dos métodos. Métodos somente não resolvem. É preciso que o professor (ou o obreiro cristão em geral) tenha também duas outras coisas – a mensagem dada por Deus, e a vida vibrante pelo Espírito Santo. O Mestre Jesus tinha as três coisas: MÉTODO (que comunica), MENSAGEM (que ensina) e VIDA (que conserva). Você pode preparar um trabalho, um sermão, um estudo bíblico, a lição bíblica etc, com todo carinho, esforço e boa vontade, mas somente Deus pode dar a mensagem cheia de vida espiritual.
A escolha e combinação dos métodos de ensino
Depende de vários fatores, como:
• O grupo de idade, o qual tem suas características próprias, físicas, mentais, sociais e espirituais.
• O material que vai ser utilizado.
• O tempo de duração da aula. O preparo da aula é calcado no espaço de tempo que se terá e de conformidade com a idade dos alunos.
• As instalações de ensino da escola. Não se pode aplicar um determinado método sem haver condições para isso.
• O conhecimento do professor. O conhecimento que ele já tem do assunto em mira, bem como o das leis de ensino e da aprendizagem.
• Os objetivos da lição do dia. Isso deve muito influir na escolha dos métodos de ensino da lição pelo professor.
Os métodos de ensino
Os métodos de ensino afetam os sentidos físicos, os quais são meios de comunicação da alma com o mundo exterior. É por meio deles que ela explora o mundo em volta de si, bem como recebe suas impressões.
A) Método de Preleção. Também chamado expositivo (Mt 5.1-2 e Lc 4.22). Nunca deve ser usado só. Em combinação com outros métodos, como Jesus usou, é de grande valor no ensino. Sozinho, tem mais desvantagens do que vantagens. Nem sempre falar quer dizer ensinar! É praticamente nulo com os infantis (Não confundi-lo com o método da Narração, que veremos logo mais).
B) Método de Perguntas e Respostas. Também conhecido por Método Socrático, por ter sido largamente 19 usado por Sócrates. Por exemplo: Mateus 22.42-45, encerra quatro perguntas de Jesus.
Vantagens deste método:
• Serve como ponto de contato entre o professor e o aluno.
• Ajuda a medir o conhecimento do aluno. Como o professor pode saber se o aluno entendeu a verdade ensinada? (Ver Mateus 13.51; 16.9-12; 22.20; Marcos 13.2).
• Desperta o interesse. É, portanto um método utilíssimo para o início e fim de aula. Jesus iniciou uma palestra com um doutor, perguntando: “Como interpretas a lei?”, Lc 10.26. Felipe, o evangelista, iniciou sua fala com o alto funcionário de Candace, perguntando: “Compreendes o que vens lendo?”.
• Estimula e orienta o pensamento. Uma pergunta bem feita leva de fato o aluno a pensar (ver Mateus 9.28).
É preciso técnica na formulação de perguntas. Observe isto:
• Faça perguntas resumidas e claras. • Evite perguntas cujas respostas serão sim ou não. Exemplo de pergunta errada: “Jesus mudou água em vinho, em Caná da Galiléia?” A pergunta correta seria: “Que milagre fez Jesus em Caná da Galiléia?”.
• Ao lançar uma pergunta, você como professor:
1) Dirija-se à classe toda.
2) Faça uma pausa de 5 a 6 segundos para que todos pensem na resposta.
3) Em seguida, chame um aluno pelo nome para respondê-la. Evite seguir uma ordem exata na chamada dos alunos.
4) Dê importância à resposta certa. O método de perguntas e respostas leva o aluno a participar ativamente da aula. Pode ser usado em todos os grupos de idade. Aos alunos de mais idade, o professor deve mostrar a diferença entre perguntar para querer saber, e simplesmente especular.
C) Método de Discussão. É também chamado Debate Orientado. A sequência na condução do Método da Discussão é: pergunta, seguida de argumentação, seguida de análise, seguida de resposta (Lc 24.15-27,32; At 17.3,17; 18.4; 19.9). Para discutir um assunto, subentende-se que os alunos já têm informação sobre o mesmo. O professor precisa manter o equilíbrio da argumentação e não permitir que o tema seja desviado, ou que um aluno fale mais tempo que o estritamente necessário. Se o método não for habilmente conduzido pelo professor, resultará em desorganização, confusão e até aborrecimentos.
D) Método Audiovisual. Os registros mais antigos das primeiras civilizações trazidos à luz pela arqueologia estão em forma visual, principalmente desenhos e esculturas. No método audiovisual, a mensagem que se quer transmitir é ouvida e vista, combinando assim dois poderosos canais de comunicação na aprendizagem. Ela atrai e domina a atenção, aumentando portanto a retenção. Os psicólogos ensinam que as impressões que entram pelos olhos são as mais duradouras. 20 Exemplos de Jesus utilizando esse método: Mateus 6.26 (“Olhai para as aves do céu”); Mateus 6.28 (“Olhai para os lírios do campo”); João 10.9 (“Eu sou a porta”); João 15.5 (“Eu sou a videira, vós as varas”); Marcos 12.15- 16 (“Trazei-me um denário. De quem é esta efígie?”); Lucas 9.47 (Tomou uma criança, colocou-a junto a si); Ezequiel 4.1 (Deus mandando Ezequiel gravar o perfil de Jerusalém num tijolo). Portanto, esse método utiliza material o mais variado. Seu emprego é de grande valor no setor infantil, mas também nos demais. Depende do emprego dosado.
E) O Método de Narração. São as histórias. E nesse campo, nada suplanta a Bíblia. Jesus usou muito esse método, apresentando histórias em forma de parábolas, como em Mateus capítulo 13 (todo). A história é qual janela deixando a luz entrar. Na Bíblia, a maior fonte de história é o Antigo Testamento. Pode ser aplicado a todas as idades. A história, depois de narrada, precisa ser aplicada. Veja o caso de Natã ensinando Davi, em 2Samuel 12.1-4 e, em seguida, aplicando o ensino no versículo 7 do mesmo capítulo. O Novo Testamento também contém muitas histórias. A história é para a criança o que o sermão é para o adulto. Exemplos de Jesus usando o método de narração: • O Bom Samaritano (Lc 10. 30-37). • A Ovelha Perdida (Lc 15. 3-7). • As Dez Virgens (Mt 25. 1-13). • O Filho Pródigo (Lc 15. 11-32). Há muitas outras fontes de histórias além da Bíblia, como a natureza, as biografias, os fatos do momento etc. 1) Três distintas finalidades de uma história: • Usada como lição em si. • Usada como ilustração em apoio a um tema. • Usada como introdução de uma lição ou tema. 2) Três regras básicas para o êxito ao contar histórias: • Conheça de fato a história. • Mentalize a história, mesmo conhecendo- a. • Viva a história; isto é, “sinta-a” ao contá-la e dramatizá-la.
F) O Método de Leitura (Lc 4.16 e Jo 8.6). O professor pode mandar os alunos procurar textos em suas bíblias e ler. Isto tem um valor maior do que se pensa. A leitura pode ser de outra fonte além da Bíblia.
G) O Método de Tarefas. Esse é um grande método – aprender fazendo. Método ideal para crianças desde a mais tenra idade. A criança aprende de fato quando faz a lição, devidamente instruída pelo professor. Jesus, para ensinar certa lição a Pedro, usou este método (Mt 17.24-27). Outros exemplos: Mateus 17.16-21; Marcos 6.45-52; Lucas 9.14-17; João 9.6,7; 21 (o capítulo todo); Atos 17.11.
Aqui estão incluídos:
• Trabalhos de pesquisa.
• Trabalhos de redação.
• Trabalhos manuais (desenhos, esboços, mapas, montagens de lições ilustrados, figuras, labirintos, enigmas, palavras cruzadas).
O professor, ao aplicar esse método, deve dar instruções as mais claras possíveis se quiser ver resultados satisfatórios.
H) O Método Demonstrativo. É o método do exemplo, altamente influente e convincente. É ensinar fazendo. Jesus usou-o. Ele fazia antes de ensinar (Jo 13.15; At 1.1; 1Pd 2.21). É o método “faça como eu faço”. É o método do exemplo (Ed 7.10; Mt 4.19; 6.9; 11.2-5; Jo 13.15; 1Co 11.1). Os alunos precisam não somente aprender de Cristo, mas “aprender a Cristo” (Ef 4.20). Só é possível “aprender a Cristo” quando Ele tem expressão por meio da vida de alguém.
As marchas e cânticos com gestos para os pequeninos têm grande valor aqui, assim como as dramatizações.
Todos os métodos de ensino conduzem às duas coisas quanto ao aluno: impressão e expressão. Isto é, os métodos visam impressionar a mente e o coração do aluno, para levá-lo a expressar-se educativamente.
Acessórios de ensino
Alguns deles são:
• Quadros, gravuras (especialmente os coloridos).
• Flanelógrafos (de diferentes tipos).
• Projetores de variados tipos (dependendo de custo e finalidades).
• Retroprojetor.
• Episcópio.
• Transparências, eslaides educativos e de boa fonte, quanto à qualidade e conteúdo.
• Mapas bíblicos para aula.
• Livros de trabalhos manuais.
• Lápis em cores, cartolina etc.
• Modelos (do tabernáculo, do Templo de Salomão, de casas orientais etc).
Texto extraído do livro Manual de Escola Dominical, do pastor Antonio Gilberto.
COMO MINISTRAR UMA BOA AULA
BATEU O SINAL, ACABOU A AULA!
Como planejar com eficácia sua aula
Se é ensinar, haja dedicação ao ensino (Rm 12.7b).
Quase todos nós já passamos pela experiência de ver um professor da Escola Dominical ser
surpreendido pelo soar do sinal anunciando o término da aula. Muitos são os professores e alunos que
vivem se queixando do pouco tempo reservado para o estudo em classe. Alguns professores chegam a
dizer, frustrados, que a aula terminou exatamente quando começava a tratar da melhor parte do seu
conteúdo.
A questão não é falta de tempo e sim de planejamento. Quando não há planejamento da aula, não
importa o tempo a ela reservado, tudo sairá atabalhoadamente dando a impressão de que está faltando
algo. Quando existe planejamento, mesmo que o tempo seja curto, haverá produtividade e satisfação na
aula dada. O problema não é o tempo, reafirmo, mas o planejamento.
O planejamento de uma aula para a Escola Dominical deve levar em consideração vários fatores.
Vamos examiná-los.
O CONTEÚDO
Trata-se do que será ensinado. A resposta a algumas perguntas nos informa qual o conteúdo de
uma lição: Qual o principal ensinamento da lição a ser estudada? Quais são as principais informações a
serem transmitidas e que relação têm com o ensinamento principal? Qual a relação com a lição da semana
anterior? A definição clara do conteúdo vai ajudar o professor a se manter fiel ao desenvolvimento de sua
aula.
É triste quando um professor entra na classe sem ter a nítida compreensão do conteúdo da aula
que vai dar. Tenho ouvido relatos de professores que sequer sabiam o assunto da lição, no momento em
que iam aplicá-la. São os improvisadores que se iludem, iludem a outros e prestam um desserviço à causa
do ensino das Escrituras em nossas igrejas. O professor precisa saber em profundidade o conteúdo que
pretende ensinar aos seus alunos.
Toda lição tem um ensinamento principal, naturalmente que deste emanam outros que, mesmo
secundários, são também importantes e necessários. A transmissão e assimilação desses ensinamentos são
imprescindíveis numa aula. O professor há que identificar no estudo do texto bíblico da lição, e na própria
lição, quais são os ensinamentos secundários e qual é o principal. Ao fazê-lo encontrará o conteúdo de sua
aula. Encontrado o conteúdo, terá achado o caminho por onde deverá se conduzir durante a aula. Ao se
conduzir por ele assegurará o êxito de sua docência.
O conteúdo é o primeiro fator a ser levado em conta no planejamento da aula. A clara
compreensão do conteúdo exigirá esforço e concentração do professor. Ainda neste livro daremos
algumas dicas sobre como estudar um texto da Bíblia, identificar conteúdos e extrair ensinamentos das
Escrituras e contextualizá-los aos nossos dias.
EXTENSÃO E TEMPO
O professor, ciente do conteúdo, já tem uma idéia da quantidade de informações e de
ensinamentos que precisará transmitir. Necessitará fazer um trabalho de seleção de conteúdo, priorizando
as informações e ensinamentos que se harmonizem de forma mais plena com a mensagem principal a ser
transmitida.
O professor estabelecerá uma relação entre a quantidade de informações e de ensinamentos
práticos com o tempo disponível para que os mesmos sejam transmitidos. Feito isto, determinará em seu
planejamento prévio quanto tempo usará para cada parte da aula. Este planejamento é de suma
importância para não se cair no erro de usar muito tempo com um determinado aspecto da lição em
detrimento de outros.
Aconselhamos, de modo geral, a seguinte distribuição do tempo de uma lição:
Abertura (5%)
SOCORRO! Sou professor de Escola Dominical
Ao começar a aula, o professor poderá conceder à classe um momento, breve, de
confraternização. É a hora dos alunos se cumprimentarem, de se apresentar os visitantes e de se fazer uma
ou outra comunicação de interesse da classe. É uma espécie de quebra gelo, muito importante para o
início de uma aula.
Introdução (10%)
O professor vai estabelecer a relação entre o que vai ser e o que foi estudado na semana anterior.
Buscará atrair a atenção e o interesse dos alunos pelo que será ensinado. Na introdução devem ficar bem
claros os alvos da aula em termos de lições a serem ensinadas e informações a serem transmitidas. É este
o momento, logo no início da aula, em que professor e alunos devem se colocar diante de Deus para, em
oração, pedir a bênção da sabedoria e do discernimento espiritual para o estudo da sua Palavra.
É preciso se valer de muita criatividade na introdução da aula. Fatos contemporâneos, notícias de
jornais, ilustrações e experiências constituem excelente material para a introdução de uma boa aula na
Escola Dominical. Costumamos comparar a introdução de uma aula com o lançamento de um foguete.
Dizem os entendidos que nos primeiros minutos após o lançamento de um foguete, os cientistas já são
capazes de prever o sucesso ou fracasso de uma expedição espacial. As coisas são mais ou menos assim
com a aula da Escola Dominical, se o professor não conseguir captar a atenção dos seus alunos e deixar
claro para eles o que vai ser ensinado na introdução da aula, não conseguirá fazê-lo mais.
Interpretação (30%)
A preocupação do professor é com a transmissão de informações e dados que auxiliarão o aluno
na interpretação do texto bíblico em estudo. Neste momento, a palavra é quase totalmente de uso do
professor; eventualmente, um aluno pode oferecer contribuição, porém, o pressuposto é de que o
professor está preparado para oferecer aos seus alunos as informações de que se valerão para a clara
compreensão do texto bíblico.
Mais adiante ofereceremos maiores informações sobre como interpretar a Bíblia, importando
agora tão-somente conscientizar o leitor para o fato de que, em sala de aula, precisará reservar pelo menos
30% do tempo disponível para o estudo e fiel interpretação da Palavra de Deus.
Vivemos numa época quando muitas pessoas têm se lançado na tarefa de ensinar a Bíblia, e isso
no rádio,na televisão etc, sem dar a merecida atenção à interpretação da Palavra. Aí, abre-se espaço para
verdadeiras aventuras hermenêuticas onde absurdos são apresentados como verdades bíblicas. Os alunos
da Escola Dominical precisarão ser alcançados com argumentação bíblica consistente para que as
verdades da Palavra de Deus sejam enraizadas em suas vidas, o que só será possível mediante
interpretação sadia e profunda das Escrituras.
Aplicação (40%)
Uma vez bem interpretado, o texto bíblico oferecerá princípios e ensinamentos que deverão ser
aplicados à vida dos alunos. Caso contrário, o objetivo principal da Escola Dominical ficará por ser
atingido e não haverá aprendizado real das Escrituras, logo não acontecerão mudanças na vida dos alunos.
Se um aluno, após uma aula na classe, não se sente estimulado a mudar aspectos de sua vida para que eles
se harmonizem com as Escrituras, certamente a aula não logrou êxito.
O resultado de uma boa interpretação é o surgimento de princípios, lições e ensinamentos que,
uma vez levados em consideração, provocarão mudanças na vida daqueles que a eles se submetem. Tais
princípios precisam ser clarificados e expostos para que os alunos deles se apropriem. Uma aula sem
aplicação é como se uma pessoa fosse ao médico, recebesse a receita, mas não fosse instruída sobre como
usar os medicamentos. É tarefa precípua do professor orientar seus alunos na aplicação das verdades
bíblicas.
Aplicando as verdades bíblicas à vida dos seus alunos, o professor estará construindo uma ponte
entre o mundo da Bíblia e o mundo de hoje. Ora, é preciso levar em conta que estamos distantes,
geográfica, cultural e cronologicamente do mundo da Bíblia, razão pela qual precisamos interpretar
corretamente seu texto e aplicar coerentemente as verdades dele extraídas à vida dos alunos. Sem
aplicação a aula torna-se somente informativa, sem relevância prática, sem vida. Ao término de uma aula
na Escola Dominical, o aluno deverá ter uma noção clara sobre como colocar em prática em sua vida as
verdades aprendidas.
No momento da aplicação é muito importante a participação dos alunos, dando opiniões,
compartilhando experiências e oferecendo subsídios para a cor-reta aplicação das verdades aprendidas à
vida dos colegas de classe. O professor deverá tomar cuidado e ser muito ágil no comando dos debates
SOCORRO! Sou professor de Escola Dominical
para evitar que apenas um ou dois alunos monopolizem o uso da palavra. O ideal é que o professor
oriente a participação dos alunos, possibilitando inclusive que aqueles mais tímidos e reservados
expressem suas idéias e opiniões.
O resultado da participação dos alunos constitui farto enriquecimento da aula, especialmente no
seu aspecto prático. Com cautela, o professor não pode prescindir da participação dos alunos na
construção da aula. Uma opinião ou uma experiência pode ensejar uma situação de ensino, propiciando
muita edificação e aprendizado.
Conclusão (15%)
Ao terminar a aula, o professor precisa recapitular com os alunos as principais informações
transmitidas e repassar os ensinamentos aprendidos. A lição principal do texto precisará ser repassada,
enfatizada e ilustrada.
Não pode haver uso desproporcional do tempo nas partes anteriores da aula, sob pena de se
prejudicar a conclusão. A conclusão é o momento de fechar as ideias, ratificar princípios, confirmar
doutrinas e homologar atitudes e comportamentos. Uma boa conclusão não pode ser feita apressada ou
superficialmente, sob o risco de se comprometer toda a aula. Uma conclusão bem feita há de motivar o
aluno a prosseguir no estudo das Escrituras.
Ao concluir a aula, o professor precisa dar um tempo para que os alunos orem a Deus. E um
momento de comunhão e edificação espiritual, quando os alunos conversam com Deus acerca de suas
vidas nos aspectos tocados pelo estudo da sua Palavra.
Abertura
5%
Conclusão
15%
Interpretação
30%
Aplicação
40%
Introdução
10%
Diagrama da distribuição do tempo de uma aula na Escola Dominical.
A história da Escola Dominical
Por Ruth Doris Lemos:
Sentado a sua mesa de trabalho num domingo em outubro de 1780 o dedicado jornalista Robert Raikes procurava concentrar-se sobre o editorial que escrevia para o jornal de Gloucester, de propriedade de seu pai. Foi difícil para ele fixar a sua atenção sobre o que estava escrevendo pois os gritos e palavrões das crianças que brincavam na rua, debaixo da sua janela, interrompiam constantemente os seus pensamentos. Quando as brigas tornaram-se acaloradas e as ameaças agressivas, Raikes julgou ser necessário ir à janela e protestar do comportamento das crianças. Todos se acalmaram por poucos minutos, mas logo voltaram às suas brigas e gritos.
Robert Raikes contemplou o quadro em sua frente; enquanto escrevia mais um editorial pedindo reforma no sistema carcerário. Ele conclamava as autoridades sobre a necessidade de recuperar os encarcerados, reabilitando-os através de estudo, cursos, aulas e algo útil enquanto cumpriam suas penas, para que ao saírem da prisão pudessem achar empregos honestos e tornarem-se cidadãos de
A cidade de Gloucester, no Centro-Oeste da Inglaterra, era um pólo industrial com grandes fábricas de têxteis. Raikes sabia que as crianças trabalhavam nas fábricas ao lado dos seus pais, de sol a sol, seis dias por semana. Enquanto os pais descansavam no domingo, do trabalho árduo da semana, as crianças ficavam abandonadas nas ruas buscando seus próprios interesses. Tomavam conta das ruas e praças, brincando, brigando, perturbando o silêncio do sagrado domingo com seu barulho. Naquele tempo não havia escolas públicas na Inglaterra, apenas escolas particulares, privilégio das classes mais abastadas que podiam pagar os custos altos. Assim, as crianças pobres ficaram sem estudar; trabalhando todos os dias nas fábricas, menos aos domingos.
Raikes sentiu-se atribulado no seu espírito ao ver tantas crianças desafortunadas crescendo desta maneira; sem dúvida, ao atingir a maioridade, muitas delas cairiam no mundo do crime. O que ele poderia fazer?
Por um futuro melhor
Sentado a sua mesa, e meditando sobre esta situação, um plano nasceu na sua mente. Ele resolveu fazer algo para as crianças pobres, que pudesse mudar seu viver, e garantir-lhes um futuro melhor! Pondo ao lado seu editorial sobre reformas nas prisões, ele começou a escrever sobre as crianças pobres que trabalhavam nas fábricas, sem
Quando leram seu editorial, houve alguns que sentiram pena das crianças, outros que acharam que o jornal deveria se preocupar com assuntos mais importantes do que crianças, sobretudo, filhos dos operários pobres! Mas Robert Raikes tinha um sonho e este estava enchendo seu coração e seus pensamentos cada vez mais! No editorial seguinte, expôs seu plano de começar aulas de alfabetização, linguagem, gramática, matemática, e religião para as crianças, durante algumas horas de domingo. Fez um apelo, através do jornal, para mulheres com preparo intelectual e dispostas a ajudar-lhes neste projeto, dando aulas nos seus lares. Dias depois um sacerdote anglicano indicou professoras da sua paróquia para o trabalho.
O entusiasmo das crianças era comovente e contagiante. Algumas não aceitaram trocar a sua liberdade de domingo, por ficar sentadas na sala de aula, mas eventualmente todos estavam aprendendo a ler, escrever e fazer as somas de aritmética. As histórias e lições bíblicas eram os momentos mais esperados e gostosos de todo o currículo. Em pouco tempo, as crianças aprenderam não somente da Bíblia, mas lições de moral, ética, e educação religiosa. Era uma verdadeira educação cristã.
Robert Raikes, este grande homem de visão humanitária, não somente fazia campanhas através de seu jornal para angariar doações de material escolar, mas também agasalhos, roupas, sapatos para as crianças pobres, bem como mantimentos para preparar-lhes um bom almoço aos domingos. Ele foi visto freqüentemente acompanhado de seu fiel servo, andando sob a neve, com sua lanterna nas noites frias de inverno. Raikes fazia isto nos redutos mais pobres da cidade para levar agasalho e alimento para crianças de rua que morreriam de frio se ninguém cuidasse delas; conduzindo-as para sua casa, até encontrar um lar para elas.
As crianças se reuniam nas praças, ruas e em casas particulares. Robert Raikes pagava um pequeno salário às professoras que necessitavam, outras pagavam suas despesas do seu próprio bolso. Havia, também, algumas pessoas altruistas da cidade, que contribuíam para este nobre esforço.
Movimento mundial
No começo Raikes encontrou resistência ao seu trabalho, entre aqueles que ele menos esperava - os líderes das igrejas. Achavam que ele estava profanando o domingo sagrado e profanando as suas igrejas com as crianças ainda não comportadas. Havia nestas alturas algumas igrejas que estavam abrindo as suas portas para classes bíblicas dominicais, vendo o efeito salutar que estas tinham sobre as crianças e jovens da cidade. Grandes homens da igreja, tais como João Wesley, o fundador do metodismo, logo ingressaram entusiasticamente na obra de Raikes, julgando-a ser um dos trabalhos mais eficientes para o ensino da Bíblia.
As classes bíblicas começaram a se propagar rapidamente por cidades vizinhas e, finalmente, para todo o país. Quatro anos após a fundação, a Escola Dominical já tinha mais de 250 mil alunos, e quando Robert Raikes faleceu em 1811, já havia na Escola Dominical 400 mil alunos matriculados.
A primeira Associação da Escola Dominical foi fundada na Inglaterra em 1785, e no mesmo ano, a União das Escolas Dominicais foi fundada nos Estados Unidos. Embora o trabalho tivesse começado em 1780, a organização da Escola Dominical em caráter permanente, data de 1782. No dia 3 de novembro de 1783 é celebrada a data de fundação da Escola Dominical. Entre as igrejas protestantes, a Metodista se destaca como a pioneira da obra de educação religiosa. Em grande parte, esta visão se deve ao seu dinâmico fundador João Wesley, que viu o potencial espiritual da Escola Dominical e logo a incorporou ao grande movimento sob sua liderança.
A Escola Bíblica Dominical surgiu no Brasil em 1855, em Petrópolis (RJ). O jovem casal de missionários escoceses, Robert e Sarah Kalley, chegou ao Brasil naquele ano e logo instalou uma escola para ensinar a Bíblia para as crianças e jovens daquela região. A primeira aula foi realizada no domingo, 19 de agosto de 1855. Somente cinco participaram, mas Sarah, contente com “pequenos começos”, contou a história de Jonas, mais com gestos,do que palavras, porque estava só começando a aprender o português. Ela viu tantas crianças pelas ruas que seu coração almejava ganhá-las para Jesus. A semente do Evangelho foi plantada em solo fértil.
Com o passar do tempo, aumentou tanto o número de pessoas estudando a Bíblia, que o missionário Kalley iniciou aulas para jovens e adultos. Vendo o crescimento, os Kalleys resolveram mudar para o Rio de Janeiro, para dar uma continuidade melhor ao trabalho e aumentar o alcance do mesmo. Este humilde começo de aulas bíblicas dominicais deu início à Igreja Evangélica Congregacional no Brasil.
No mundo há muitas coisas que pessoas sinceras e humanitárias fazem sem pensar ou imaginar a extensão de influência que seus atos podem ter. Certamente, Robert Raikes nunca imaginou que as simples aulas que ele começou entre crianças pobres e analfabetas da sua cidade, no interior da Inglaterra, iriam crescer para ser um grande movimento mundial. Hoje, a Escola Dominical conta com mais de 60 milhões de alunos matriculados, em mais de 500 mil igrejas protestantes no mundo. É a minúscula semente de mostarda plantada e regada, que cresceu para ser uma grande árvore cujos galhos estendem-se ao redor do globo.
Ruth Dorris Lemos é missionária norte-americana em atividade no Brasil, jornalista, professora de Teologia e uma das fundadoras do Instituto Bíblico da Assembleia de Deus (IBAD), em Pindamonhangaba (SP)
Todos devemos amar a Bíblia. Todos devemos lê-la. Todos. É a Palavra de Deus. Ela tem a solução da vida. Ela nos fala do melhor Amigo que a humanidade já teve, o mais nobre, o mais terno, o mais verdadeiro Homem que já pisou na terra.
É a mais linda história que já se contou. É a melhor diretriz da conduta humana que já se conheceu. Dá um sentido, um fulgor, uma alegria, uma vitória, um destino e uma glória à vida, que em nenhuma outra parte são revelados.
Nada há na História, ou na literatura, que de alguma forma se compare com as singelas narrativas do Homem da Galileia, que levou dias e noites a ministrar aos que sofriam, a ensinar aos homens como ser benévolos, a morrer pelo pecado, a ressuscitar para a vida que jamais acaba, e a prometer segurança eterna e eterna felicidade a todos quantos se chegam a Ele.
A maioria do povo há de pensar, seriamente, como há de ser quando o fim chegar. Não adianta sorrir, desdenhosamente, passar adiante deste assunto, ESSE DIA HÁ DE VIR. E QUE ACONTECERÁ ENTÃO? A Bíblia dá a resposta. É resposta inequívoca. Há um Deus. Há um céu. Há um inferno. Há um Salvador. Haverá um dia de juízo. Feliz do homem que, enquanto vivo, fizer suas pazes com o Cristo da Bíblia e se preparar para esse epílogo.
Como pode uma pessoa sensata deixar de entusiasmar-se com Cristo, e com a Bíblia, que de Cristo lhe fala? Todos devemos amar a Bíblia. Todos. TODOS.
Todavia, a negligência generalizada da Bíblia, por parte de igrejas e de pessoas que frequentam igrejas, é, simplesmente, de estarrecer. Conversamos sobre a Bíblia, defendemos a Bíblia, louvamos a Bíblia, exaltamos a Bíblia. Sim, pois não! Mas, muitos membros de igreja raramente lançam um olhar à Bíblia — de fato, ficariam envergonhados de ser vistos a lê-la. E os líderes da Igreja, em geral, não parecem fazer um esforço sério para levar o povo a ler a Bíblia.
O protestantismo de hoje em dia parece cuidar muito pouco do Livro em que, altissonantemente, professa crer. E o Catolicismo Romano prefere, declaradamente, seus próprios decretos à Bíblia.
Procuramos saber tudo no mundo. Por que não, também, acerca de nossa religião? Lemos jornais, revistas, novelas e toda sorte de livros, e ouvimos o rádio nas horas certas. No entanto, a maioria de nós nem sequer sabe os nomes dos livros da Bíblia. Que vergonha! Que vergonha!
O contato individual direto com a Palavra de Deus é o principal meio de crescimento cristão. Todos os líderes de poder espiritual, da história do cristianismo, têm sido leitores devotados da Bíblia.
A Bíblia é o livro de que vivemos. A leitura da Bíblia é o meio de aprendermos e de conservarmos nítidas, em nossas mentes, as IDEIAS que modelam nossa vida. Nossa vida é produto de nossos pensamentos. Para vivermos certo, precisamos pensar certo.
Os pensamentos exercem poder em nossa vida pela FREQUÊNCIA com que ocuparem nossas mentes. Lemos a Bíblia frequente e regularmente, de sorte que os pensamentos de Deus podem ocupar frequente e regularmente nossas mentes; podem vir a tornar-se pensamentos nossos; podem nossas ideias vir a conformar-se com as ideias de Deus; podemos ser transformados na imagem de Deus, e tornados capazes de fazer eterna companhia com o nosso Criador.
Podemos, com efeito, absorver a verdade cristã, em certo grau, assistindo aos cultos, ouvindo sermões, lições bíblicas, testemunhos, e lendo literatura cristã.
Todavia, por mais que essas coisas sejam boas e úteis, fornecem-nos a verdade divina em SEGUNDA MÃO, aguada, porque através de canais humanos, e, até certo ponto, glosada com ideias e tradições humanas.
Estas coisas não podem tomar o lugar da leitura individual da PRÓPRIA BÍBLIA, da fundamentação, por nós mesmos, de nossa fé, esperança e vida, diretamente na Palavra de Deus, antes que naquilo que os homens dizem acerca dessa Palavra.
A Palavra de Deus é a arma do Espírito de Deus para a redenção e perfeição da alma humana. Não é bastante ouvir outros falar, ensinar e pregar a respeito da Bíblia. Precisamos conservar-nos, cada um de nós, em contato direto com a Palavra de Deus. É ela o poder de Deus em nossos corações.
A leitura da Bíblia é hábito cristão fundamental. Não queremos dizer que devemos cultuar a Bíblia como se fosse um fetiche, mas adoramos o Deus e o Salvador de quem a Bíblia nos fala. E, porque amamos nosso Deus e Salvador, amamos, terna e devotadamente, o Livro que dEle procedeu e dEle se ocupa.
Nem queremos dizer que o hábito de ler a Bíblia é em si uma virtude, porque é possível lê-la sem aplicar seus ensinos à vida, havendo, mesmo, os que a leem e ainda são mesquinhos, desonestos e nada cristãos. São, contudo, exceções.
Em regra, a leitura bíblica, quando feita com as devidas disposições de espírito, é hábito que dá lugar a todas as virtudes cristãs, sendo a mais eficiente força formadora do caráter que se conhece.
Como ato de devoção religiosa. Nossa atitude para com a Bíblia é um índice muito seguro de nossa atitude para com Cristo. Se amarmos uma pessoa, gostamos de ler a seu respeito, não é fato?
Se apenas chegássemos a considerar nossa leitura bíblica como ato de devoção a Cristo, seríamos inclinados a considerar o caso menos irrefletidamente.
É glorioso ser cristão. O mais elevado privilégio que qualquer mortal pode ter é andar pela vida afora de mãos dadas com Cristo, como Salvador e Guia; ou, mais corretamente, é andar vacilante, como criancinha, ao Seu lado e, embora sempre a tropeçar, nunca largando a Sua mão.
Esta relação pessoal de cada um de nós com Cristo é uma das coisas essenciais da vida, e não falamos muito sobre isto, provavelmente, porque descobrimos que somos, lamentavelmente, indignos de usar o Seu nome. Mas, no profundo de nossos corações, refletindo seriamente, sabemos que, a despeito de nossa fraqueza, mundanismo, frivolidade, egoísmo e pecado, amamo-Lo mais do que a qualquer outra coisa no mundo; e, nos nossos momentos de maior lucidez, sentimos que, voluntariamente, não O ofenderíamos por coisa alguma. Somos, porém, irrefletidos.
Ora, a Bíblia é o livro que nos fala de Cristo. É possível, então, amar a Cristo e ao mesmo tempo ter prazer em ser indiferente à Sua Palavra? É POSSÍVEL?
A Bíblia é o melhor livro devocional. Opúsculos para devoções diárias, que, modernamente, as casas publicadoras evangélicas anunciam tanto, podem ter seu lugar. Contudo, não substituem a Bíblia. A Bíblia é a própria Palavra de Deus. E nenhum outro livro pode tomar o seu lugar. Todo crente, moço ou velho, deve ser um fiel leitor da Bíblia.
George Muller, que, em seu Orfanato em Bristol, Inglaterra, fez, pela oração e fé, um dos mais notáveis trabalhos da história cristã, atribuía seu êxito, pelo lado humano, ao seu amor à Bíblia. Disse ele: “Creio que a principal razão de me haver conservado em atividade útil e feliz está no amor que tenho à Sagrada Escritura. Tenho como hábito ler a Bíblia toda quatro vezes por ano; em espírito de oração, aplicá-la a meu coração e praticar o seu ensino. Durante sessenta e nove anos, tenho sido um homem feliz, feliz, feliz”.
Subsídios para o estudo da Bíblia. A Bíblia é um livro grande, de fato, é uma coleção de livros, de um passado distante. Precisamos de todos os auxílios disponíveis para compreendê-la. Um bom dicionário bíblico é o melhor dos subsídios. Um bom comentário é de muito valor. E todo o mundo deve possuir uma concordância (Chave Bíblica).
Mas mesmo assim, surpreende como, em grande parte, a Bíblia se interpreta a si mesma, quando conhecemos o seu conteúdo. Há muitas dificuldades na Bíblia, mesmo além da compreensão dos mais eruditos. Mas, apesar disso, os seus principais ensinos são inequívocos e tão claros que “viandantes, ainda que insensatos, não têm que se enganar com eles”.
Aceitai a Bíblia como, exatamente, ela é, pelo que ela se afirma ser. Não vos inquieteis com as teorias dos críticos. A tentativa engenhosa e impudente da crítica moderna, por solapar a veracidade histórica da Bíblia, passará; ela, a Bíblia, permanecerá como luz que é da raça humana, até aos fins do tempo. Firmai vossa fé na Bíblia. É a Palavra de Deus. Ela nunca deixará que sossobreis. Para nós, homens, ela é a rocha dos séculos. Confiai nos seus ensinos e sereis felizes para sempre.
Lede a Bíblia com a mente aberta. Não tenteis forçar todas as suas passagens, amoldando-as a umas poucas doutrinas prediletas. Nem vejais em suas passagens, ideias que lá não se encontram, nem mesmo para servirem a um sermão. Mas tentai descobrir, cândida e honestamente, os principais ensinos e lições de cada passagem. Assim, chegaremos a crer no que devemos crer, porque a Bíblia é mui capaz de cuidar de si mesma, se lhe dermos oportunidade.
Lede a Bíblia com reflexão. Lendo a Bíblia, precisamos vigiar-nos, rigorosamente, para que nossos pensamentos não divaguem, tornando-se a leitura perfunctória e sem sentido. Temos de resolver, resolutamente, fixar a mente no que lemos, esforçando-nos, ao máximo, por entender e ficando à espreita de lições que nos sirvam.
Armai-vos de um lápis. É bom, à medida que lermos, ir marcando passagens de que gostarmos; e, de vez em quando, passando em revista as páginas lidas, ler de novo as passagens marcadas. Com o tempo, uma Bíblia, assim bem marcada, tornar-se-nos-á muito preciosa, à proporção que se aproxima o dia de nos encontrarmos com o seu Autor.
Uma leitura habitual, sistemática da Bíblia é a que serve. Leitura ocasional ou espasmódica não significa muito. A menos que sigamos determinado método e o observemos com resolução firme, o resultado será não lermos muito da Bíblia. Nossa vida interior, como nosso físico, precisa de alimento diário.
Um tempo certo cada dia, qualquer que seja o plano de leitura a adotar, deve ser reservado para isso. De outro modo, seremos capazes de negligenciá-lo.
É bom que seja a primeira coisa, de manhã, se nossa rotina de trabalho o permite. Ou à noite, findo o trabalho do dia, é possível que nos sintamos mais à vontade.
Ou, talvez, de manhã e de noite. A alguns, pode servir melhor um período de tempo ao meio-dia.
Não importa muito qual seja o tempo escolhido. O importante é que escolhamos o que melhor nos convenha e que não interfira nos nossos trabalhos diários; que o observemos, rigorosamente, não desanimando, se, uma ou outra vez, essa rotina for interrompida por alguma coisa alheia à nossa vontade.
Aos domingos, podemos dedicar-nos mais à nossa leitura bíblica, visto ser o dia do Senhor, reservado à Sua Palavra.
Decorai os nomes dos livros da Bíblia. Seja isto a primeira coisa. A Bíblia compõe-se de sessenta e seis livros. Cada um deles versa sobre um assunto. O ponto de partida para se entender a Bíblia é, antes de tudo, saber que livros são esses, a ordem de sua colocação e, de um modo geral, de que trata cada um.
Decorai versículos favoritos. Decorai-os, por inteiro, repetindo, muitas vezes, esses versículos, que são a vossa vida: algumas vezes, estando sozinho; ou, à noite, para que vos ajudem a adormecer nos Braços Eternos.
O hábito de fazer os pensamentos de Deus atravessar, muitas vezes, a nossa mente fará que esta se conforme com a mente divina; e, à medida que se dá essa conformação, toda nossa vida será transformada na imagem de Deus. É isto um dos melhores auxílios espirituais de que podemos dispor.
Planos de leitura bíblica. Sugerem-se muitos planos. Um convém mais a uma pessoa; outro convém mais a outra. Uma pessoa poderá gostar de mudar o plano, com o correr do tempo. O plano em si não importa muito. O essencial é ler a Bíblia com certa regularidade.
Nosso plano de leitura deve abranger a Bíblia toda, com razoável frequência, porque toda ela é a Palavra de Deus, é uma história só, uma estrutura literária de profunda e admirável unidade, centralizada em Cristo. CRISTO é o âmago e o ponto culminante da Bíblia. Tudo quanto vem escrito antes dEle, de um ou outro modo, é uma antecipação de Sua Pessoa. Tudo quanto se Lhe segue, vem interpretá-Lo. A Bíblia toda pode, com muita propriedade, ser chamada a história de Cristo. O Antigo Testamento prepara o caminho para Sua chegada. Os Quatro Evangelhos contém a história de Sua vida terrena. As Epístolas expõem a Sua doutrina. O Apocalipse revela o Seu triunfo.
Entretanto, algumas partes da Bíblia são mais importantes do que outras e devem ser lidas com maior frequência. O Novo Testamento, naturalmente, é mais importante do que o Antigo. Em cada um dos Testamentos, alguns livros, e, em cada livro, alguns capítulos, têm valor especial. Os Quatro Evangelhos são os mais importantes de todos.
Um plano bem equilibrado de leitura bíblica, segundo pensamos, pode ser algo do seguinte modo: cada vez que lermos a Bíblia toda, leiamos o Novo Testamento, uma ou duas vezes mais, com frequente leitura repetida de capítulos favoritos em ambos os Testamentos.
Quantas vezes? Uma vez por ano, pensamos, todo o Antigo Testamento, e duas vezes o Novo, seria um bom plano MÍNIMO a ser observado pela média do pessoal. E seria um meio de simplificar as coisas, fazê-lo coincidir com o ano civil, começando-se em janeiro e terminando em dezembro.
Tal plano significaria uma média de 4 ou 5 capítulos por dia, e requereria, mais ou menos, uma média de 15 ou 20 minutos diários. Não há tempo para isso? Bem, a questão do tempo é deveras importante. Um ou três minutos por dia, para devoção religiosa, é brincadeira de crianças. Se somos crentes, por que não tomamos a sério nossa religião? Por que brincar com ela? Não nos enganemos. PODEMOS achar tempo para aquilo que DESEJAMOS fazer.
Como proceder? Primeiro, escolhamos o plano e tracemos um quadro para o ano, atribuindo certo número de capítulos a cada dia, ou determinado livro, ou parte de um livro, ou grupo de livros, para cada semana, ou para cada mês, como preferirmos.
Mais especificamente, o Antigo Testamento tem 39 livros, 929 capítulos. O Novo Testamento tem 27 livros, 260 capítulos. Total, 66 livros, 1189 capítulos. Tanto os livros como os capítulos variam muito de extensão. Alguns são muito curtos, outros muito longos. Numa Bíblia de tamanho médio e de tipo médio, um capítulo médio cobre mais ou menos a extensão de uma página.
Alguns capítulos e alguns livros, devido à natureza do seu assunto, podem ser lidos mais rapidamente do que outros. E alguns capítulos merecem ser lidos, repetidamente, muitas e muitas vezes.
Leitura consecutiva. É a leitura seguida dos livros na ordem cm que se acham, isto é, do Gênesis ao Apocalipse. Depois de feita a leitura, repeti-la. Com este plano, a menos que se leia a Bíblia inteira, muitas vezes, passa-se muito tempo sem ler em o Novo Testamento.
Leitura alternada dos dois Testamentos. Isto é, ler nos dois Testamentos, simultaneamente; ler alguma coisa, cada dia, ou cada semana, num e noutro Testamento; ou uma semana no Antigo, e na semana seguinte em o Novo, ou um livro no Antigo e depois outro em o Novo.
Um capítulo por dia. Muitos fazem assim. E é um hábito maravilhoso. Mas muito melhor será se pudermos ler dois, ou três, ou quatro capítulos por dia.
Ler a Bíblia pelos livros: isto é, um livro inteiro, ou grande parte dele, de uma vez ou tão continuadamente quanto possível. Em regra, tratando de leitura bíblica, é melhor fazê-la por livros inteiros do que por seleções de trechos de capítulos.
Ler um livro, repetidamente: isto é, fazer um estudo especial de algum livro isolado, lendo-o, muitas vezes, dia após dia. Isto é sobremaneira útil. Mas não se deve passar tempo demasiado longo nesse sistema, para que não se negligencie o resto da Bíblia.
Leitura em grupo. Que maravilha seria se uma classe bíblica, sob a direção do seu professor, ou uma congregação, sob a liderança do seu pastor, lesse a Bíblia EM CONJUNTO, o professor, ou o pastor, aos domingos, ensinando ou pregando sobre as Escrituras lidas na semana anterior. Por que não? POR QUE NÃO? Um pastor e seu rebanho não poderiam melhor andar com Deus pela vida afora do que assim em comunhão ao redor da Palavra Divina.
Fonte: Manual Bíblico de Halley
|
1 |
MONTE SINAI EM AÇÃO
A Congregação Monte Sinai realizou um dia com o Senhor.
No dia 22 de março de 2014, a Congregação Monte Sinai liderada pelo pastor José Carlos, realizou um dia de adoração denominado dia com o Senhor. Foram 13 horas de adoração, das 8h as 21h, com periodos de aoração, louvor e meditação na palavra do Senhor. O trabalho foi marcante, toda igreja participou através dos departamentos organizados na igreja.